quarta-feira, 26 de junho de 2013

OS PILARES DA UMBANDA



Muitos questionam o porquê das diferenças entre os terreiros, por que há diferenças nos rituais, por que não é feita uma unificação das “umbandas”, por que não há uma padronização geral, que faça da Umbanda uma religião que siga regras igualitárias.
Para começar, a Umbanda não foi uma religião que simplesmente começou do zero aos 15 de novembro de 1908, pois já havia um movimento anterior a esta data, parecido com o que se tornaria a Umbanda, movimento este que surgiu das mudanças das macumbas cariocas, dos candomblés (que abriam exceção e permitiam a passagem de eguns - espíritos de humanos desencarnados), e de grupos kardecistas, que começavam a questionar o processo mediúnico por eles estudado e trabalhado. Só faltava uma diretriz para esse movimento, um precursor e um nome, e ai surgiu Zélio Fernandino de Moraes com o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Desde seu início, o movimento umbandista já mostrava diferenças de rituais, dado os grupos heterogêneos que o antecederam: macumbas, candomblés, kardecistas e outros grupos religiosos que permitiam, de uma maneira ou outra, a comunicação de espíritos. Tentar unir todos esses grupos e impor uma ordem nos primórdios do século XX era impossível. Com isso, o movimento umbandista foi crescendo e com ele, as diferenças dos diversos terreiros, devido ao conhecimento herdado de cada sacerdote de suas religiões anteriores.
Assim a Umbanda cresceu e se espalhou por todo o Brasil e por vários pontos do mundo, mantendo diferenças em rituais, que neste ponto já estavam enraizadas tradições de cada “umbanda”.
Baseado neste breve resumo apresentado acima, veremos os motivos que impedem que a Umbanda seja unificada e outros pontos que aparecerão no decorrer deste texto.

1.       Os pilares da Umbanda

Em pouco mais de 100 anos de existência da Umbanda, houve vários congressos, reuniões de federações e discussões acaloradas, onde os pontos unanimemente acordados entre todos são:
a.       A Umbanda é a fé;
b.      A Umbanda é o amor;
c.       A Umbanda é a caridade;
d.      A Umbanda é a humildade;
e.       A Umbanda é o respeito com o ser humano, com os animais e com a natureza;
f.         A Umbanda não pactua com nenhum tipo de discriminação e respeita a liberdade religiosa, a liberdade sexual, a liberdade racial e a liberdade de opinião de todas as pessoas;
g.       A Umbanda só pratica o bem e não cobra por atendimentos mediúnicos.
Estes são os pilares da Umbanda, que sustentam todos os templos, terreiros e tendas, que carregam a bandeira da religião.

Podemos imaginar os pilares básicos da Umbanda dispostos como na figura acima. Os pilares são os fundamentos ou dogmas da Umbanda.



Independentemente da origem religiosa, ou formação sacerdotal do fundador de um terreiro, os pilares da Umbanda não podem ser ignorados, mas devem, em primeiro lugar, serem respeitados e seguidos por todos. Sobre esses pilares, cada sacerdote constrói seu terreiro de acordo com seu conhecimento e sua fé.




                       
Os terreiros podem ser diferentes na forma, no ritual, na formação sacerdotal, mas todos devem estar apoiados nos pilares da Umbanda.
  

Mas alguns poderão perguntar: e se um desses pilares for quebrado ou mesmo ignorado por um terreiro, ele deixa de ser Umbanda?
Ele continua sendo de Umbanda mas se torna desacreditado ou mesmo evitado pela sociedade, acarretando até o fechamento do mesmo, pois:
·         Um terreiro sem fé não tem vinculo religioso com nada e não consegue repassar a fé aos seguidores;
·         Um terreiro sem amor só traz discórdia e desavenças entre seus membros;
·         Um terreiro que não pratica a caridade e que cobra por consultas mediúnicas é abandonado pelos espíritos de luz e fica à mercê de espíritos zombeteiros e brincalhões, não conseguindo o respeito da sociedade;
·         Um terreiro sem humildade afasta os trabalhadores sérios que buscam carregar a bandeira branca de Oxalá, sobrando apenas aqueles que colocam a vaidade à frente do trabalho;
·         Um terreiro que sacrifica animais nunca é bem visto pela sociedade, pela crueldade dessa prática;
·         Um terreiro que desrespeita as pessoas é evitado por aqueles que buscam um lugar de conforto e palavras que curem suas chagas morais e espirituais;
·         Um terreiro que destrói e emporcalha a natureza é evitado por seguidores que não querem vincular seus nomes com mais problemas ecológicos;
·         Um terreiro que discrimina por raça, credo, sexo e posição social, é fadado a processos judiciais e consequentemente ao fechamento de suas portas.

Se um único pilar da base umbandista for tirado ou ignorado por um terreiro, a chance de ruína é grande.
  



2.      Sobre os pilares, as diferenças

Se os pilares de base da Umbanda forem respeitados e seguidos, toda a construção acima disso se torna parte da riqueza de uma religião cheia de rituais, rezas e mandingas, que é capaz de transformar seres humanos em seres divinos, que sabem e sentem que todas as forças e energias de Deus estão ao alcance e a disposição de todos.
As diferenças de rituais, pontos cantados, pontos riscados, etc., deve-se a formação sacerdotal e a fé de cada dirigente em exposição, e é neste ponto que cada um consegue interpretar, à sua maneira, os símbolos umbandistas, ampliando o horizonte de beleza e riqueza da religião.

3.      A Verdadeira Umbanda

Como há diferenças entre os terreiros, costumamos dizer que para cada um é praticado “uma umbanda diferente da outra”, e que a Umbanda é feita por várias umbandas. A pergunta óbvia que chegamos é: qual é a verdadeira Umbanda?
Ora, se cada terreiro que respeita os pilares básicos da Umbanda e segue o ritual de acordo com a fé e formação sacerdotal de seu dirigente, ai está à verdadeira Umbanda.
Simples assim. Simples como a Umbanda deve ser.
A Umbanda não é como uma partida esportiva onde uma umbanda joga contra a outra umbanda, ao contrário, é uma religião onde uma deve estar a favor da outra, pois não há o melhor ou o pior, há afinidades e respeito pelas diferenças.

4.      Sobre pilares fortes, construímos mundos fortes

A unificação e padronização dos rituais de Umbanda destruiriam a diversidade cultural, religiosa, dogmática e a fé das umbandas já existentes, e por conseqüência, criaria cargos hierárquicos responsáveis pela ordem religiosa, culminando até mesmo, na criação de um cargo similar ao Papa católico, o que seria um contra-senso umbandista.
Alguns rituais como o batizado e o casamento podem seguir um padrão mais ou menos estabelecido pela maioria dos terreiros para que tenham efeito legal, de acordo com a legislação vigente. No geral, muitos terreiros utilizam uma mesma sequência para o ritual de um trabalho espiritual: defumação, abertura e saudação aos guias da gira, atendimento espiritual, fechamento e despedida dos guias da gira, encerramento.
Há variações e há diferenças, mas isso não invalida a umbanda praticada, o que importa é a união dos membros dessa umbanda para que seja carregada a bandeira de Oxalá e a Umbanda seja difundida e respeitada.
As várias umbandas, construídas sobre os pilares umbandistas, formam uma obra de arte que retrata Aruanda, um local rico e belo, com construções diferentes mas estáveis e fortes.

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TENHO MESMO QUE CANTAR E BATER PALMAS NO TERREIRO?

Para tentar explicar como se dá a comunicação entre os planos espiritual e material,de certo modo, podemos imaginar essa comunicação através de freqüências.
O rádio, a TV, o celular são exemplos. Estes aparelhos emitem freqüências de um ponto, o transmissor, até outro ponto, o receptor. As freqüências não se cruzam porque uma é mais forte do que a outra. O receptor recebe apenas a freqüência na qual está programado.
Se imaginarmos que nossos pensamentos e idéias são como freqüências e as vibrações emitidas pelos espíritos também são freqüências, podemos dizer que são essas freqüências que ligam espíritos astrais e matéria física, onde conseguimos nos conectar com os espíritos de acordo com nossos pensamentos e atitudes, logo, pensamentos baixos atraem espíritos de camadas mais inferiores do plano espiritual, e pensamentos mais elevados, atraem espíritos mais elevados,fato ensinado exaustivamente em nossas doutrinas.
Quando saímos de casa rumo ao terreiro, dependendo de como foi nosso dia, nossa semana, nós estamos vibrando numa freqüência tal que pode interferir nos trabalhos, ajudando ou atrapalhando,beneficiando ou prejudicando. Um dia vivido em torno de brigas e discussões, alimentação pesada, pensamentos voltados para o ódio, má conduta, etc, deixam a freqüência muito baixa, atraindo espíritos que vibram numa esfera mais baixa, e isso faz com que o trabalho seja prejudicado. Um dia bem vivido, trabalhado e participativo nas coisas particulares, uma boa alimentação, bons pensamentos, preparação mental para a gira, faz com que nossa freqüência fique mais elevada, atraindo espíritos de esferas mais elevadas e sutís.

Para que o culto ou gira não sofram variações excessivas de freqüências, para que se evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é de cantar e bater palmas,o que nossa casa ainda precisa melhorar muito,pois alguns médiuns apresentam dificuldades nestes itens.
Como funciona?
Ao final de um espetáculo, um show, um discurso, normalmente as pessoas batem palmas para demonstrar àquele que se apresentou o agradecimento, por compartilhar aqueles minutos de entretenimento ou aprendizado. Se as palmas se estenderem por vários segundos, aos poucos elas vão entrando num ritmo e muito rapidamente todas as pessoas batem palmas no mesmo ritmo e, junto com essa sonorização, algo começa a acontecer: as pessoas começam a se sentir mais alegres, com vontade de rir, ou seja, as pessoas ali envolvidas começam a vibrar numa mesma freqüência, e inconscientemente, todas estão fazendo as mesmas coisas que as outras pessoas estão fazendo.
Já com o canto, logo de início, todos começam a cantar juntos, e isso faz com que a vibração das pessoas se equalize mais rapidamente.
Quanto mais cantamos, mais batemos palmas, mais rapidamente elevamos o nível de freqüência das pessoas, fazendo com que, momentaneamente, os problemas, a baixa auto-estima, as preocupações, sejam esquecidos, pois todos começam a prestar atenção no trabalho que está sendo realizado e isso ainda ajuda a absorver as informações que estão sendo passadas.
Com a freqüência estabilizada, os espíritos conseguem se aproximar mais facilmente de nós, permitindo assim que o trabalho transcorra com mais facilidade e as encorporações se facilitem á todos, de acordo com o pretendido pelos planos espiritual e material.
Para acelerar mais ainda o processo, usa-se o atabaque, pois o som emitido pelo atabaque ajuda a igualar o ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, fazendo com que, por exemplo, para quem chega muito afobado, o ritmo cardíaco é normalizado, diminuindo a afobação, ou para quem chega muito para baixo, com o aumento do ritmo cardíaco, ajuda na elevação da auto-estima,além de promover o ''aninismo''que tanto facilita a vida de um médium iniciante ou não.
 Com base nisso, por estarmos cantando e batendo palmas, além de estarmos mudando nossa freqüência, também estamos praticando caridade, por já estar ajudando outras pessoas.
Com todos participando, batendo palmas e cantando, o clima do terreiro já fica muito melhor, pois todos estão ajudando, focados num mesmo objetivo.
No plano espiritual, os guias preparados para o trabalho, aguardam nossa vibração equilibrar-se com a vibração deles, e assim que nossas freqüências começam a se igualar, eles se aproximam e iniciam o processo de incorporação.
Quando começamos a cantar os pontos dos guias que irão trabalhar na gira, estamos dizendo para os guias que já estamos prontos e podemos começar a incorporar.
Normalmente, no processo de incorporação, os guias cantam, muitas vezes para si, para que seja mais fácil ainda, e no caso de um guia estar trabalhando no desenvolvimento de um cambono, o guia canta para o cambono ouvir o ponto e elevar sua freqüência para facilitar a incorporação.
Cantamos pontos para ajudar a desincorporação, facilitando assim a “subida” dos guias que levam com eles todo e qualquer tipo de fluído ou influência que possa atrapalhar o médium.
Os pontos cantados trazem mais energia do que podemos imaginar. Quando feitos pelos guias, são conhecidos como “pontos de raiz” e as palavras não podem ser mudadas, pois toda a mironga feita pelo guia está nas disposições das palavras. Quando feita pelo homem, as palavras podem ser mudadas e adaptadas para que fiquem bem arranjadas.

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