sábado, 27 de julho de 2013

OS ATABAQUES DE UM TERREIRO

Tambores altos e estreitos, afunilados de um só couro, usados para atrair as diferentes vibrações, quando tocados. Os atabaques são usados para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em atenção mediúnica. Existem 3 tipos de atabaques: - Rum (grave) - Rumpi (médio) - Lê (agudo)


 Os atabaques são um dos principais pontos de atração de vibrações de um terreiro. A energia do Orixá/Entidade chamado é captada pelos assentamentos e direcionada para o Zelador ( Dito "Pai de Santo") onde é concentrada e depois lançada para os atabaques onde é modulada e distribuída para os médiuns da corrente. O responsável pelos atabaques é normalmente uma pessoas escolhida no terreiro que conheça os ritmos aplicados para cada linha dentro da Umbanda.
 Os atabaques devem ser tratados com o máximo de respeito e nenhuma pessoa desautorizada deverá tocá-los, o que poderia colocar em risco o equilíbrio da gira e a faixa mediúnica dos médiuns da corrente. Quando fora de uso, os atabaques, devem ser cobertos com pano próprio.


É importante observar que o toque (volume) dos atabaques nunca deve exceder as vozes da corrente. Quando o atabaque excede a corrente se desorganiza e o médium perde a concentração, atrapalhando e muito o desenvolvimento dos médiuns e o bom andamento do trabalho. O toque do atabaque deve manter suas raízes, donde nasceram a maior parte dos pontos cantados da Umbanda. O toque do atabaque é normalmente o "toque samba Angola" do instrumento. é absolutamente desnecessário "surrar" o couro, uma vez que este elemento é usado somente para induzir o ritmo dos pontos cantados. Com a junção do atabaque e a corrente cantando vibrante os pontos cantados faz-se a festa de Umbanda. Esta é que mantém a vibração do terreiro. Gira de Umbanda não é festa de Olodum. Terreiro de Umbanda não é barzinho onde se toca pagodinho.




  Opcionalmente, um terreiro de Umbanda pode usar o berimbau, principalmente quando são feitos trabalhos de boiadeiros. Os berimbaus são normalmente sem pintura, de madeira Biriba ou similar, medindo 8 palmos, as baquetas devem ser de madeira, lixadas e medir aproximadamente 40 cm de comprimento. As cabaças devem ser preparadas, lixadas e envernizadas, a corda do berimbau deve ser tirada do pneu do carro, sem queimar o pneu. Os dobrões devem ser de bronze ou similar. A linha de berimbaus é composta basicamente por 3 elementos: berra-boi, médio e viola. Também pode ser usado o Agogô. Os sons são projetados para os ouvidos dos médiuns (regido por Xangô que também rege o som). As vibrações sonoras (moléculas de ar vibrando para frente e para trás) são recolhidas pelo ouvido externo que as conduz até os tímpanos que as faz vibrar, então são levadas ao ouvido interno e através do nervo auditivo chegam até o cérebro onde se dá a percepção do som. Obs.: O atabaqueiro ou Batuqueiros como queiram  pode projetar a energia sonora até 40 metros de distância. Xangô também rege os atabaques através de seus Caboclos. Alguns Caboclos que recebem energização de Xangô são: Pena Verde, Giramundo, 7 Flechas, Cobra Coral. Lembrando: somente os Caboclos de Xangô regem os atabaques. Quando os atabaqueiros não estão preparados, a energia de Xangô isola os atabaques, assim as vibrações partem direto do Zelador para o campo do atabaqueiro.

 O Caboclo atrás do atabaqueiro projeta a energia modulada para o chakra espiritual dos médiuns. Em 1867 Heinrich Rudolph Hertz conseguiu medir a intensidade das vibrações sonoras, determinando em que faixas elas são captadas. Em sua homenagem o número de vibrações por segundo de uma onda sonora recebeu o nome de hertz. Assim a freqüência do som é medida em hertz. O ouvido humano não consegue ouvir ruídos com freqüência superior a 20.000 hertz ou inferior a 30 hertz. A Umbanda se utiliza desse conhecimento para sintonizar as energias Intensas (longitudinais) e também as Moduladas (centrípetas). Os sons emitidos pelos atabaques na devida intensidade determina que tipo de entidade será "chamada" ou "atraída". As energias intensas correspondem às entidades classificadas como "guerreiras", que recebemos em nosso corpo de forma direta: Orixás, Guias Guerreiros e Protetores de Demanda e sua chegada na Terra é regida pelos caboclos. Os toques para estas entidades são sempre altos e com ritmos acelerados. Já as energias centrípetas correspondem às entidades "harmoniosas" que recebemos em nosso corpo sendo envolvidos por uma espiral: Orixás, Guias Harmoniosos, Protetores de Cura e sua chegada na Terra é regida pela Mãe Jurema que tem sua Lei responsável pelo equilíbrio dos corpos celestes em relação ao espaço infinito. Os toques dos atabaques nestas giras devem ser mais baixos e com ritmos lentos e cadenciados. Apesar do que foi exposto, é correto lembrar que mesmo sem os atabaques, as entidades e energias podem ser atingidas e atraídas para o mundo material, apenas a gira em si, será completamente diferente. A incorporação dependerá única e exclusivamente de cada médium, exigindo deles toda a sua capacidade de concentração. Além disso o equilíbrio do ambiente será outro pois como ganhar dinheiro na internet não será utilizada a ciclagem de energias promovida pelos fundamentos do atabaque como explicaremos a seguir. Vejamos a importância dos atabaques. Para produzirmos energia provocamos o atrito no couro dos atabaques e com isso atingimos níveis de calor e vibrações sonoras que vão diretas para os campos celulares dos médiuns. Os médiuns se eletrizam ao som dos atabaques. Sem atabaques, sem eletrização. Pelo campo magnético do atabaqueiro que absorveu as energias que vieram do Zelador, são projetadas as vibrações dos nossos assentamentos para os demais médiuns assim a corrente magnética se espalha pelo recinto de trabalho. O atabaqueiro, ao tocar, aguça sua captação de energias, recebe de um Guia uma certa carga de vibrações que se infiltra nos seus planos material e espiritual iniciando, depois, um ciclo que terá término em suas mãos. Com a produção de energia calorífica, através do toque no couro, o atabaqueiro fará a mistura com as vibrações das entidades e as vibrações naturais dos médiuns, a sua energia e a do Guia irão circular na corrente mediúnica começando dos médiuns mais preparados e passando para os iniciantes. Essa energia, quando enfraquecida, volta para as mãos do atabaqueiro onde será fortificada e voltará a fazer o ciclo na corrente. Percebe-se que tanto a presença física dos atabaques quanto a dos atabaqueiros é de suma importância para a atração e distribuição das energias dentro da gira. Assim, concluímos que através dos discos ou aparelhos eletrônicos jamais teremos os resultados esperados. É melhor que se trabalhe somente com preces e concentração para obter-se maior eficiência caso não haja possibilidade de haver uma pessoa preparada comandando os cânticos e toques. A confecção dos atabaques São formados por três partes distintas: 1) couro animal 2) madeiramento 3) ferragens O atabaque que tem sua afirmação feita por cordas e tranças devem usar couro animal. O material sintético não tem fundamento. Nessa categoria está a timba utilizada nas escolas de samba. O som pode ser mais forte mas as energias captadas e distribuídas são zero. O couro animal mais apropriado é o de bode e deve ser adquirido em matadouro. Procuramos não comprar o animal vivo. Deve-se deixar o couro por 24 horas embebido em água e sal, só depois poderá ser utilizado. A parte de madeiramento é geralmente comprada em lojas especializadas. O preparo é o seguinte: Lavar com água e sal. Deixar secar ao sol. Lixar a madeira. Pintar e envernizar . Passar uma demão de cera de vela derretida para cobrir qualquer buraco e evitar o cupim. As ferragens podem, também, ser adquiridas em casas especializados e o ritual deverá ser o seguinte: Colocar as peças na água com sal, depois secá-las ao sol. Lixar e pintar. Quando secar embeber em azeite de dendê até serem usadas. Elas devem ser colocadas nos atabaques ainda molhadas para proteger da ferrugem. Essas três partes do atabaque têm sua regência: O couro pertence ao Caboclo que dá força ao atabaqueiro para tocá-lo. A madeira a Pai Xangô que dá ao atabaque a condição de justiça para não ser utilizado para o mal. A ferragem aos Exús que não permitem que eles sofram demandas. Com essas energias combinadas ao toque e ao canto temos um instrumento de contato com qualquer entidade, seja ela de ação, reação, sublimação, positiva, negativa ou neutra. Com os atabaques devidamente preparados podemos então trabalhar com os Orixás, Guias e Protetores. É ele o mensageiro entre nós e o mundo espiritual. As mensagens vão para outras dimensões por códigos, feito um telégrafo, através dos "toques". No atabaque só quem pode tocar são os Zeladores, os atabaqueiros previamente autorizados para isso e os Caboclos, nenhuma outra vibração deve ser colocada sobre os mesmos. As pessoas devem ser preparadas para tocá-lo e só devem ser utilizados para trabalhos espirituais, nunca para diversão. Se acontecer perderá toda imantação e deverá ser "cruzado" novamente. Caso alguém resolva usá-lo sem autorização estará consumindo uma energia que para ele se tornará negativa. Assim como uma lâmpada estoura se ligada em fase superior a sua capacidade, também a pessoa irá sofrer as conseqüências desse contato. Poderá sentir dores de cabeça, ou pior, poderá estar evocando algum espírito trevoso pela correspondência do toque usado, então o atabaque acaba se tornando uma arma contra aquele que o está usando indevidamente. Nos terreiros em que qualquer um toca no atabaque, das duas uma: ou são todos desconhecedores de sua energia ou o atabaque não é cruzado. Quando uma entidade pedir o atabaque devemos entregá-lo pois ele nunca irá bater, mas sim tirar alguma demanda ou imantá-lo para alguma gira específica. As outras entidades cruzam o atabaque sem tocar nele. Quando for necessário trocar um atabaque uma entidade irá avisar. Quando fora de uso, os atabaques devem estar sempre cobertos com um pano contendo a firmeza do terreiro. Antes de usar o atabaque deve-se pedir permissão, tocando o couro e dizendo: Dai-me licença Pai Oxalá. Dai-me licença ...(Pai Ogum). Dai-me força e dignidade para esse instrumento eu tocar. Quando o atabaque for guardado, deve-se agradecer: Obrigado meu Pai Oxalá. Obrigado .....(Pai joaquim de Aruanda). Obrigado por ter-me permitido cumprir a minha missão.

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