Nada ou (quase nada) nos era pedido e sim ordenado sem a preocupação de contar com nossa concordância ou aceitação.
Tìnhamos afazeres dentro de nossa comunidade,e como nos sentíamos úteis e importantes dentro de nossa família de santo,pois éramos vistos e aceitos de forma diferente pelas lideranças da casa.
Sentíamos prazer em cooperar e sempre que nossa presença era requerida,era isto motivo de extrema alegria,tanto por ajudar,como para conhecer melhor as entranhas de nosso terreiro e de nossa doutrina.
Eu particularmente,sempre gostei de cambonear trabalhos e consultas pois sempre julguei que esta é a melhor e mais completa forma de se aprender o que há nos bastidores de nossos terreiros,é neste contato mais íntimo com as entidades e com os trabalhos que aprendemos toda a beleza e grandiosidade que envolvem a sagrada umbanda,é presenciando uma consulta,que entendemos um problema desde o seu diagnóstico até a sua resolução e averiguamos com isso toda a infinita variedade de resultados que são oferecidos por nossas sábias entidades que militam na seara espiritual.
Lembro-me que eram tempos difíceis,pois todo o nosso aprendizado era transmitido de forma fragmentada e controlada,afinal não existia naqueles tempos tantos recursos tecnológicos que nos aproximassem da informação,não existia outras formas de aprendizado disponíveis a não ser a doutrina de nossa casa que era semanalmente ministrada e com apenas uma hora de duração,que procurávamos aproveitar intensamente pois dali saía nosso escasso aprendizado.
Ouvíamos com muito mais atenção cada ensinamento que nos era passado,não com a ganância que existe hoje de aprender rapidamente,de se aprontar rapidamente e começar a atender e faturar rapidamente,mas sim com o desejo que todo o aprendizado nos torna-se pessoas melhores e mais aptas para uma correta e sadia missão dentro de nossa religião.
Acatávamos com extremo respeito todas as diretrizes que nos eram impostas,sem nos atentar para o tom ou timbre de voz,ou ainda a forma como éramos tratados por nossos superiores,resumindo-nos á apenas cumprir o que nos era decretado com esmero e servidão.
Hoje em dia muita coisa mudou na relação entre neófitos e zeladorias de casas,hoje as lideranças de um terreiro estão muito mais presentes,ativas e acessíveis e isso não é levado em consideração,quem não conheceu as dificuldades não valoriza o fácil acesso que há nos dias de hoje,temos que ter como zeladores,um esmerado e calmo modo de falar,pois médiuns se ferem e se magoam á toa hoje em dia,qualquer coisa ou assunto abordado é motivo para justificar suas fraquezas e inadimplências em relação á sua frequência na corrente mediúnica,terminando por abandonar suas casas e ainda nos culparem por isso.
Os médiuns de hoje não sabem como diferenciar o(a) sacerdote(isa),entendendo que não precisam de tratamento diferenciado,já que são tão ''amigos'' de seus zeladores.
Se não conseguirmos resgatar certos métodos de comportamento religioso estamos cooperando para seu término ou falência,dentro de um curtíssimo espaço de tempo,pois cada vez mais haverá a banalização do sagrado,sendo comparado ao profano
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Olá,Salve, irmão!
ResponderExcluiracabei de conhecer o seu espaço, e gostei da forma simples, sem palavreado difícil com que você expõe seriamente assuntos tão releventes para nossa religião.
Se a banalização do Sagrado parasse nos dirigentes, eu teria até muita paciência, contudo, nos trabalhos em que estou consciente vejo tanto cambonos, quanto a assistência chamando um Guia, como um Caboclo ou Preto Velho, de você. Que não se use mais o pronome de tratamento adequado para com mais velhos e dirigentes, já nem discuto mais. Mas, será que nem um Preto Velho, um Caboclo merecem mais um tratamento de respeito?!
Sinto que precisamos começar a resgatar valores do passado sim, ou veremos mesmo a banalização do Sagrado!
Que a Luz de Oxalá ilumine a nós todos!
Salve meu amigo e irmão de fé
ResponderExcluirPai Mario de Ogum
peço sua permissão para copiar sua mensagem acima e repassar para muitos que não conhecem o antes e depois.
grato
Carlos De Xangô
Verdade Pai! Logo que entrei em sua casa, que agora chamo carinhosamente e respeitosamente de "nossa casa", percebi sua atenção e disponibilidade. Ocorre que eventualmente as pessoas querem ser exclusivas e com 2 ou 3 meses de participação na casa querem ter o mesmo conhecimento e tratamento de quem já esta a mais tempo. Isto é puro EGO, o que não ajuda em nada. Para alguns este movimento é saudável, pois faz a pessoa repensar seus valores e comportamentos, e consegue mudar sua percepção. Para outras fica mais fácil culpar o PDS e continuar com o EGO INFLADO, desistindo da jornada mediúnica.
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