segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CULTO OU FESTINHA NA PRAIA?



Durante as comemorações de fim de ano, levadas a efeito no mês de dezembro, é comum nós vermos nas diversas praias de nossa orla marítima grande quantidade de terreiros homenageando, com flores e essências, a grande mãe Iemanjá, pedindo a este grande Orixá que, com suas águas, possa lavar e regenerar o coração e o mental daqueles que andam a espalhar a maldade e o desamor.



Rogam também forças e resignação para o ano que se apresenta, pedindo paz, fraternidade e honestidade para o mundo. Com suas águas, Iemanjá purifica e reequilibra os diversos centros de força (chakras) de nosso corpo, reabastecendo-nos comboa quantidade de bio-energia, para as lutas do futuro.É maravilhoso ver esta expressão de espiritualidade, de simplicidade e de fé que os verdadeiros umbandistas demonstram por Iemanjá.

Contudo, para que uma sessão na praia seja segura, equilibrada e sem percalços, o ritual necessariamente deve ter um preparo todo especial, tanto em relação aos médiuns quanto ao espaço físico onde se realizará o evento.
O ideal seria que os rituais de fim de ano fossem realizados em praias de difícil acesso à população, pois se constituiriam em lugares onde o campo vibratório estaria mais equilibrado, mais íntegro,porém o que vejo em muitas situações é justamente o contrário,casas de santo,ou terreiros buscarem locais super movimentados na ânsia de aparecer ou arrebanhar curiosos,que por muitas vezes mais desconcentram quem está em trabalho do que simpatizam com o que estam presenciando,transformando um culto religioso num espetáculo quase circense. Como do ideal ao real vai uma grande distância, o jeito é fazer a cerimônia em lugares já frequentados. E é aí que os terreiros devem redobrar os cuidados para com o equilíbrio psico-espiritual.


E por quê ? Porque devido ao "avanço" de certos hábitos da coletividade, o campo vibratório em questão tem sido alvo de contaminações de diversas espécies.

É nas praias que, infelizmente, pessoas fazem suas necessidades fisiológicas, se drogam, fazem sexo, vazam detritos, falam palavras de baixo calão, inundando a areia com vibrações densamente negativas.

À par desta realidade inequívoca, o certo é o que realizamos aqui em nossa casa: delimitamos o espaço aonde serão realizadas todas as etapas de nosso culto,com algum material que não agrida ao meio ambiente e que seja facilmente desmontável ao fim dos trabalhos,são feitas defumações e a firmeza do local, que não poderá ser pisado pelos transeuntes. Outros preceitos poderão ser realizados, mediante ordem do Guia-chefe  de nossa casa para o fiel e correto uso daquela área, que após toda a preparação,torna-se sagrada.
O que não se pode fazer é andar ao longo da orla marítima e, aleatoriamente e sem nenhuma responsabilidade, indicar um lugar na areia, em meio a biquínis minúsculos ,situações sensuais,aglomeração de meros curiosos,partidas de vôlei,pescadores pescando e simplesmente iniciar uma sessão.
Quem assim age, mostra desconhecimento de ristualística e age com desrespeito em relação à Umbanda.




Muitos devem estar pensando que, devido ao mar e a areia serem campos vibratórios comandados por Iemanjá, este Orixá se encarregaria de sempre deixá-los harmonizados e ajustados. Ledo engano. O que mais vemos hoje são rios, lagos, cachoeiras e florestas completamente contaminados pela ação do bicho-homem, que criminosamente põe em risco sua própria existência,desrespeitando o lar de nossos orixás,com uma conduta totalmente displicente em relação á umbanda.
E Iemanjá, como os demais Orixás, deixa que o Homem seja vítima de seu próprio comportamento, colhendo aquilo que semeou. Lembrem-se que os seres humanos é que precisam dos sítios vibracionais.
Por fim, devemos lembrar que os rituais praianos à Iemanjá devem ser discretos, organizados, sérios e direcionados ao bem e a caridade,não simplesmente á publicidade ou divulgação de um terreiro


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TUOD Tenda de Umbanda Ogum Delê

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