segunda-feira, 26 de agosto de 2013

MOÇA DO BEM

Depois muitas pessoas dizem que eu sou saudosista e puxa-saco de paulistas e de São Paulo,mas não tenho culpa de achar as pessoas de lá mais humanas e menos hipócritas do que muitos daqui...
Nesta minha viagem prá sampa,estava na fila do habib´s,tentando pegar umas esfihas, quando presenciei uma cena que me chamou á atenção pelo amor dedicado á um estranho e olha que o estranho latia na calçada!
Vi uma moça bonita, de pele e mãos bem cuidadas, com boas roupas e com uma das mãos no bolso de trás da calça. Ela perguntava  atendente qual era o lanche mais barato. Eu, e creio, a atendente também, estranhamos a pergunta. A moça repetiu, agora em tom de voz mais alto, e enquanto a atendente pedia licença para socorrer um colega de trabalho, duas crianças, talvez irmãos, encostaram no balcão aproximando-se da perna da moça e pediram alguns trocados,coisa que em São Paulo é irritantemente normal... Estavam sujos, com olhar focado nas imagens do cardápio e com as mãos sobre o balcão voltadas para cima. Rapidamente, com um leve passo à direita e enquanto olhava ao redor como se estivesse procurando alguém ou conferindo algo, a moça respondeu aos meninos com outras tantas perguntas: cadê sua mãe? Estão estudando? São irmãos?…Após as respostas, em parte enroladas, a moça negou: não tenho não, desculpe.
Com a volta da atendente os meninos foram “delicadamente” afastados permitindo a continuação do atendimento: a senhora quer o lanche mais barato? Temos este que custa R$6,00 ou este que custa R$9,00…
- Pode ser qualquer um, é para dar para aquele cachorro lá – ela apontava para um cachorro de rua, enquanto sacava uma nota de R$10,00 do bolso.
Ela, a atendente, eu e mais algumas pessoas que testemunhavam aquela cena viramos em direção do cão que … (não acho uma palavra para descrever)… brincava com aqueles meninos.
Rapidamente o cupom fiscal foi impresso, o troco dado e o lanche entregue. Por alguns minutos eu, a próxima da fila, e a atendente ficamos olhando os movimentos da moça que seguia em direção do cachorro já abrindo a embalagem.
Perto dele, sentou-se no chão, sorriu, brincou, falou de forma mansa e serviu o lanche permitindo que o cachorro pulasse em suas pernas,já sujando sua calça Calvin Klein,(não tinha como não ver a marca!)
Os meninos ficaram em pé acompanhando aquele momento “mágico” sem nada pronunciarem. Segundos depois, talvez pelo peso dos olhares, a moça os percebeu  ao seu lado, colocou novamente a mão no bolso retirando o troco e disse: oh, para vocês…
O mais velho apanhou rapidamente e saíram correndo em direção à rua comemorando e disputando o maior número de moedas. A moça acariciava o cachorro e insistia que ele comesse, pois nem parecia tão faminto como o Xirú ,meu cachorro!
Senti um cutucão, era a família que estava atrás de mim dizendo para fazer o pedido. Um pouco distraído saí da fila, sentei no primeiro banco vago que encontrei e pensei:

Fazer o pedido… QUAL???

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TUOD Tenda de Umbanda Ogum Delê


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